A Prefeitura de Cabo Frio informou nesta terça-feira (20) que, após auditoria realizada nos cadastros do programa Moeda Social Itajurú, foram identificadas diversas irregularidades graves herdadas da gestão anterior. A investigação revelou inconsistências que comprometem a lisura e a finalidade do programa, que foi suspenso.
Entre os 4.500 beneficiários cadastrados, 1.500 apresentavam erros nos CPFs, impossibilitando qualquer tipo de análise. Nos demais 3.000 cadastros, foram detectadas 125 irregularidades: 74 beneficiários não possuíam inscrição no CadÚnico ou apresentavam inconsistências nos documentos; 48 eram residentes de outros municípios, como Belford Roxo, Japeri, Nova Iguaçu, São Pedro da Aldeia, Guapimirim e Armação dos Búzios; e pelo menos três registros envolvem pessoas falecidas, cujos benefícios continuaram sendo pagos.
Além disso, foi identificada a rescisão unilateral do contrato com a empresa E-DINHEIRO, responsável pela gestão do programa, e a contratação emergencial da empresa GREENCARD. De forma ainda mais preocupante, a Prefeitura verificou que os dados operacionais, listagens e cadastros foram integralmente deletados pela gestão anterior, o que dificulta a rastreabilidade e a transparência do programa.
Todos os documentos apurados, segundo a prefeitura, serão encaminhados ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, para as devidas providências.
O programa está suspenso desde que a atual gestão assumiu a prefeitura em janeiro, por conta da auditoria.
Não há prazo para o benefício volte a ser pago aos beneficários.
A Moeda Social Itajuru foi criada em 2021 pelo então prefeito José Bonifácio. É um programa de transferência de renda para beneficiar famílias em vulnerabilidade social. É uma espécie de moeda virtual, distribuída em cartões e aceita em estabelecimentos credenciados, que permite aos beneficiários adquirir insumos essenciais, como alimentos, medicamentos e produtos de higiene.
O Manchete Lagos procurou a gestão anterior, mas ninguém foi encontrado.

