Valquíria Sampaio, avó de Davi Zerbone, de 4 anos, que morreu após a explosão de uma lancha em Cabo Frio há exatamente um ano, falou com o Manchete Lagos sobre o primeiro ano do acidente.
A família de Valquíria foi duramente atingida pelo incêndio na Ilha do Japonês. Além da morte de Davi, a mãe dele, Letícia Sampaio, que estava grávida de três meses, também teve ferimentos graves, além de danos psicológicos.
Um ano depois, a família, que vive em Cariacica, na Grande Vitória, no Espírito Santo, segue sem qualquer tipo de indenização ou ajuda financeira para lidar com o tratamento. Por conta dos traumas e das perdas, Valquíria adquiriu uma depressão e parou de trabalhar. Hoje toma 13 comprimidos de diferentes medicamentos por dia. Todos são comprados com recursos da família.
“Ele não está aqui presente fisicamente. Mas está em alma”, disse Valquíria sobre o neto. Ela conta que todas as fotos pela casa tem a imagem de Davi. “Ele saiu daqui sorrindo e brincando e voltou dentro de um caixão”, disse, emocionada.
Valquíria também cobra providências das autoridades. “A gente quer segurança para entrar um lancha, para que não aconteça com outros o que aconteceu com meu neto”, desabafou. “Nada vai trazer meu neto de volta, mas a gente quer justiça, para que isso não se repita”.
O dono da lancha e o marinheiro foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O inquérito apontou que o acidente foi causado pela substituição da tampa do tanque e por excesso de combustível no momento do abastecimento. O Ministério Público ainda não informou se o caso já foi levado à justiça.
