Um homem de 42 anos ficou tetraplégico (sem movimentos do pescoço para baixo) após um mergulho em local raso na Praia do Pneu, em Araruama. Ele está internado no Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC). O acidente foi no sábado (25).
De acordo com a direção do hospital, em 2024, foram 11 casos parecidos. Duas pessoas ficaram tetraplégicas e uma, paraplégica.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), no verão, os acidentes decorrentes do mergulho em águas rasas, seja em piscinas, praias, cachoeiras, rios, lagos e lagoas, são a segunda causa de lesões medulares, atrás apenas de acidentes de carros. Esse tipo de trauma pode ter consequências graves, como paralisias de pernas e braços e fraturas e luxações na coluna vertebral, como alerta campanha da entidade em parceria com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Ou seja, os indivíduos podem ficar tetraplégicos, o que é mais frequente, ou paraplégicos. Isso sem contar com os traumas de crânio, problemas neurológicos e fraturas de mãos e pés. A estimativa é de que, durante o verão, cerca de dez pessoas ficam paraplégicas ou tetraplégicas a cada semana no Brasil por esse motivo. Em 90% desses episódios, as vítimas são homens de 10 a 25 anos. No restante do ano, o mergulho em águas rasas passa a ser a quarta causa de lesão na coluna, ficando atrás de acidentes de trânsito, violência urbana e quedas.
Como prevenir
Jamais mergulhe de cabeça em um local desconhecido. Sempre faça o primeiro mergulho de pé;
Evite brincadeiras que envolvam pular sobre quem está na água ou realizar acrobacias e piruetas ao saltar;
Tenha atenção ao consumo de bebidas alcoólicas. Entre adultos jovens que se envolvem nesse tipo de acidente, essa ingestão é recorrente. Procure evitar a combinação álcool e mergulhos.
Mesmo que seja possível ver a profundidade em rios e cachoeiras, é importante lembrar que pode haver formações rochosas no fundo — Foto: Unsplash
Mesmo que seja possível ver a profundidade em rios e cachoeiras, é importante lembrar que pode haver formações rochosas no fundo — Foto: Unsplash
Na natureza (mar ou locais de água doce):
Mesmo que consiga verificar a profundidade de mares, rios, cachoeiras, lagos e lagoas, procure não mergulhar de cabeça nesses locais. Nunca se sabe o que há no fundo. Muitas vezes, mesmo que a profundidade seja grande, pode haver formações rochosas no fundo de rios e cachoeiras. Em praias, há o risco de se chocar com um banco de areia ou até de acontecer um recuo na maré;
Nesses locais, portanto, prefira sempre a tranquilidade de nadar. Deixe os mergulhos para serem realizados com segurança em piscinas. Assim, é possível evitar se colocar em uma situação perigosa.
Em piscinas:
Evite brincadeiras nas bordas. Há o risco de levar escorregões, se machucar e cair na piscina, inclusive sobre pessoas que estejam na água;
Dentre todos os locais, esse é o ambiente mais seguro para mergulhos, uma vez que não há o risco de bancos de areia ou pedras. De qualquer forma, não se esqueça da recomendação de sempre verificar a profundidade com um primeiro mergulho em pé.
