Investigadores da delegacia do Engenho Novo, na capital, ouviram mais três testemunhas no caso que investiga a morte do empresário Luiz Marcelo Ormond que, segundo a polícia, foi assassinado com um brigadeirão envenenado.
Uma das testemunhas, que não teve o nome revelado, disse à polícia que sabe o passado de Suyany Breschak, mulher que se apresenta como cigana, que foi presa em Cabo Frio, apontada como mandante do crime.
A testemunha afirma ainda que sabe a motivação da morte do empresário, mas que está sofrendo ameaças da família de Suyany. A advogada da testemunha também foi ouvida e disse que também está ameaçada.
O terceiro depoimento foi de Victor Ernesto de Souza Chaffi, o ex-namorado de Suyany que foi preso por receptação por estar com pertences de Luiz, como o carro do empresário. Ele pagou fiança de R$ 5 mil e responde em liberdade.
Segundo a polícia, o carro foi entregue à cigana por Júlia Cathermol, namorada do empresário que está presa por ser a principal suspeita de envenenar o brigadeirão e matar o homem. Ela passou oito dias foragida e só foi presa depois de se entregar.
A prisão
Júlia foi presa no bairro de Santa Teresa, no Centro do Rio, e levada para a 25ª DP (Engenho Novo), que investiga o caso. A psicóloga foi transferida para o sistema prisional do Rio no final da manhã de quarta-feira.
A mãe de Júlia, Carla, declarou à polícia que a filha lhe disse que “fez uma besteira obrigada por Suyany” — mulher que se apresenta como cigana, que também está presa. Suyany afirma ter R$ 600 mil a receber de Júlia por “trabalhos espirituais de limpeza”.
Uma nota da defesa de Júlia divulgada nesta quarta-feira (5) propõe “um olhar mais apurado” na “questão da religiosidade”, citando indiretamente Suyany Breschak.
A Polícia Civil aponta Suyany como mandante do crime. A defesa nega.
Quem é Júlia
Entre 2013 e 2017, Júlia manteve um relacionamento “casual” com Luiz Marcelo. Há 2 meses, tornaram a se ver, e desta vez o empresário cogitou formalizar uma união estável com a suspeita, mas desistiu — e esse recuo teria levado Júlia a decidir matá-lo. A motivação para o crime, segundo a polícia, foi econômica.
Além de Luiz Marcelo, Júlia namorava o advogado Jean Cavalcante de Azevedo há 2 anos e meio.
No início de abril, ela disse para Jean que iria trabalhar como babá na casa de uma amiga na Região dos Lagos. Segundo a polícia, as fotos que ela mandou para Jean são dos filhos de Suayny Breschak, que se apresenta como cigana.
Em abril, Júlia foi morar no apartamento de Luiz Marcelo, no Engenho Novo, onde o corpo dele foi encontrado no dia 20 de maio. Logo depois da chegada dela, ele mudou o status em rede social para “casado”.
A mãe de Júlia, Carla Cathermol, mora em Maricá, na Região dos Lagos, com o padrasto, Marino Bastos Leandro. Segundo a polícia, o pai de Júlia não tinha muito contato com ela, mas até hoje paga pensão mensal de R$ 2 mil para a filha.
Há 11 anos Suyany, atuava como mentora espiritual de Júlia. Em depoimento, Suyany disse que Júlia chegou a acumular uma dívida de R$ 600 mil com ela referentes a trabalhos de limpeza espiritual, mas que atualmente o valor da dívida era de R$ 400 mil.
Suyany contou ainda que Júlia contratava seus trabalhos para que familiares e namorados não descobrissem que ela era garota de programa.
Com informações do g1.
