A Polícia Civil vai investigar mais uma denúncia de negligência médica no Hospital da Mulher, em Cabo Frio. Uma jovem de 18 anos fez um boletim de ocorrência onde relata problemas no atendimento que teriam levado a morte do filho, no dia 21 de março deste ano. Gabriel era o primeiro filho de Eduarda da Silva Nogueira, que mora no bairro Gravatá 2.
Segundo Eduarda, ela passou mal numa segunda-feira, 18 de março, quando estava na 38ª semana de gestação. Eduarda procurou atendimento na Upa do Parque Burle e foi encaminhada ao Hospital da Mulher para dar a luz. Mas Eduarda relata que os médicos não quiseram fazer uma cesariana e ficaram aguardando o parto natural, inclusive, com o uso de medicamentos.
Esse processo durou de segunda a quinta-feira, dia 21. Eduarda relata que após uma ultrassonografia, descobriram que a criança já havia morrido dentro da barriga dela. Uma cesariana de emergência foi realizada.
Ainda no boletim, Eduarda diz que a equipe do hospital alegou que a criança tinha problemas congênitos, como aumento do coração. Mas que uma necropsia feita no corpo constatou que não havia problemas de formação com a criança, que estava com 3,85 kg. No pré-natal, não foi constatado nenhum problema de saúde da criança.
Eduarda ainda não se recuperou da perda do filho e quer justiça. “Eu quero justiça pelo que fizeram com meu filho. Mataram meu filho. E justiça por tudo que me fizeram passar”, disse Eduarda.
MAIS UM CASO – nas redes sociais, a família de Maria de Fátima Syriaco (foto), de apenas 17 anos, denuncia que a adolescente morreu, também vítima de negligência no Hospital da Mulher, em Cabo Frio.
Ela morreu no último dia 24, segundo os parentes, por complicações causadas por um problema na cesariana. Segundo a família, o intestino dela teria sido perfurado durante a cirurgia, sem que os médicos notassem. Após a cesariana, Maria de Fátima teria piorado o estado de saúde e no dia 2 de junho, foi levada para o Hospital São José Operário, onde não resistiu e morreu.
A família cobrou um laudo do hospital, que deu prazo de 15 dias. Amigos e parentes lamentaram a perda precoce de Maria de Fátima. “Eles destruíram o sonho da minha filha tão amada.
Uma menina doce, onde o seu maior sonho era ser mãe, e por causa de uma negligência só pode ter o seu filho tão esperado nos braços por cinco dias. Foram 34 dias de muita luta, mas a batalha foi implacável e ela perdeu. Senhor, cuida do meu docinho pra mim até o dia do nosso encontro. Filha, um dia a mamãe vai poder te beijar e abraçar de novo. Eu quero justiça”, desabafou a mãe da jovem.
“Deixamos ali uma filha, mãe, neta, esposa, irmã que tinha um futuro lindo pela frente.
[Agora], ficamos com a dor da saudade e da revolta. A nossa menina entrou andando e super feliz por aquelas portas há um mês e sofreu tudo o que sofreu…Hospital Municipal da Mulher matou mais um sonho, matou uma menina de 17 anos que só queria dar à luz ao seu primeiro filho”, disse outro parente.
Nossa produção entrou em contato com a prefeitura de Cabo Frio sobre os dois casos e aguarda resposta.
