A Comissão de Saúde da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) fez uma vistoria em quatro unidades de saúde de Cabo Frio, na semana passada, após a suspensão de atendimentos na UPA do Parque Burle e no Hospital Otime Cardoso dos Santos, no Jardim Esperança e a informação da exoneração de dois diretores médicos do Hospital São José Operário, no bairro São Cristóvão. O HCE (Hospital Central de Emergências) também recebeu a visita da comissão.
Segundo o relatório da OAB, no Hospital São José Operário e HCE, o setor de ortopedia não estava funcionando, porque, sem salários, os profissionais não estavam trabalhando. O documento ainda aponta que vários outros profissionais estavam sem receber desde outubro ou receberam valores inferiores ao que era devido.
Na UPA do Parque Burle, a comissão da OAB constatou que o atendimento ficou suspendo de 10h às 16h40 por falta de materiais básicos para atendimento, como soro, agulhas e medicamentos básicos. Parte do estoque só foi reforçada na parte da tarde e os atendimentos foram retomados. Ainda segundo a OAB, vários profissionais, como médicos, não receberam os salários de novembro ou os pagamentos não foram creditados de forma correta. Também foi informado a Comissão que há funcionários que foram exonerados com efeito retroativo, embora tenham trabalhado o mês inteiro.
No Hospital do Jardim Esperança, apenas casos graves estavam sendo atendidos, por causa da falta de insumos básicos para atendimento. Também foi constatada a falta de pagamento de salários de novembro ou os valores pagos eram incorretos.
“Embora a questão do salário seja a mais noticiada e sim, é um enorme problema, é preciso ressaltar que a maior angústia dos profissionais foi ressaltar o fato de que falta de insumos e medicamentos básicos inviabilizava a prestação do serviço de saúde. Era nítida a angústia de profissionais que temiam perder vidas por falta de insumos e medicamentos”, disse o presidente da Comissão, Kelven Lima. O documento foi enviado ao Ministério Público para a cobrança de providências. “É necessário provocar o Poder Público, mais especificamente o secretário de saúde, para cobrar esclarecimentos acerca da razão destes problemas com o pagamento dos salários nos últimos dois meses e exigir o imediato abastecimento das unidades de saúde com suprimentos necessários ao regular funcionamento”, concluiu.
Nossa produção pediu um posicionamento a prefeitura de Cabo Frio e aguardamos retorno. Também aguardamos contato do Ministério Público para confirmar se alguma providência será tomada.
