A Polícia Civil do RJ iniciou na manhã desta terça-feira (24) uma operação contra a exploração de sinal clandestino de internet e televisão, ou “gatonet”, em áreas dominadas pela Comando Vermelho (CV) na capital fluminense, na Baixada e na Região dos Lagos. Houve uma intensa troca de tiros no momento em que os agentes chegaram no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
Até às 8h, três homens haviam sido preso.
O objetivo da ação ‘Cabo de Guerra’ é cumprir 15 mandados de busca e apreensão no Rio, em Duque de Caxias, São Gonçalo e Cabo Frio para desarticular o esquema criminoso de imposição de serviços de internet pelo tráfico em comunidades.
Segundo as investigações, provedores clandestinos, com apoio da facção, impunham seus serviços de forma violenta à população. As práticas incluíam sabotagem de redes concorrentes, ameaças a moradores e comerciantes para que assinassem a internet do tráfico, além do uso de equipamentos furtados e veículos descaracterizados para as instalações.
Segundo a polícia, os envolvidos que aparecem no flagrante estavam vinculados às empresas ‘Inovanet Telecom’, ‘Networking Telecom’ e à ‘S1 Telecom’, apontadas como instrumentos do esquema criminoso.
“São empresas que tinham vínculos entre sim e todas as ligadas ao Comando Vermelho. Além de exercer o monopólio, elas lavavam dinheiro com veículos de luxo. Os criminosos tinham total comando desses provedores. Decidiam valores, determinavam quem podia entrar e etc”, destacou o delegado o delegado Pedro Bittencourt Brasil de Araujo, titular da Delegacia de Serviços Delegados (DDSD).
Destruição de equipamentos rivais
Segundo a polícia, em Jardim Primavera, em Duque de Caxias, agentes flagraram ‘operários’ destruindo cabos de fibra óptica de empresas concorrentes.
Já na Praça Seca, Zona Oeste da capital, uma empresa foi flagrada retirando à força a infraestrutura de provedores rivais. Um veículo da organização foi visto circulando irregularmente pela região, sempre em áreas onde concorrentes haviam sido eliminados.
Em outro ponto investigado, a polícia encontrou um depósito com equipamentos de rede furtados e peças automotivas de origem suspeita. A investigação mostra que o grupo comprava veículos em leilões de seguradoras para dificultar o rastreamento e ocultar bens usados nos crimes.
Segundo a Polícia Civil, o esquema operava com divisão de tarefas, desde a execução das ações até a logística de sabotagem e controle territorial da oferta de internet.
De acordo com a investigação, a estrutura configura organização criminosa e envolve crimes como interrupção de serviços de telecomunicações, receptação e lavagem de dinheiro.
Impacto
Por conta da operação, segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME), 18 escolas e creches estão fechadas, na manhã desta terça, no Complexo do Alemão.
Por sua vez, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que três unidades de saúde que atendem à região mantêm o atendimento. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, foram suspensas.
Com informações do g1
