O Procon de Cabo Frio emitiu, nesta terça-feira (22), um auto de interdição contra a agência Eureka Viagens e Turismo, por lesar consumidores que compraram pacotes turísticos e não receberam os serviços.
Com o fechamento, a empresa fica impossibilitada de operar de forma física ou remota; e de oferecer produtos e serviços pelas redes sociais, que devem ser desativadas a partir desta data, sob pena de desobediência.
Após reclamações formais de inúmeros contratantes, o Procon abriu um processo administrativo contra a empresa no último mês de maio. Em comum, os relatos apontam a não-prestação dos serviços contratados, mesmo após o pagamento. Além disso, os valores também não foram ressarcidos.
No começo de junho, a Secretaria de Turismo protocolou junto ao Ministério do Turismo um requerimento de suspensão no Cadastur. Por fim, a Secretaria de Fazenda não localizou o alvará de funcionamento ativo da agência.
Por sua vez, após percorrer diversos endereços, os agentes do Procon não localizaram a sede física da agência de turismo, que trabalhava apenas de forma remota, principalmente pelo Instagram .
“Estamos atentos a esse caso há algum tempo, que também tramita junto à Polícia Civil por suspeita de prática de crimes. Estaremos contribuindo com as autoridades para o ressarcimento às vítimas. Quanto à relação de consumo, o Procon encontra-se à disposição para dar todas as orientações necessárias”, comentou a coordenadora-geral do Procon, Mônica Bonioli.
As denúncias ao Procon Cabo Frio podem ser encaminhadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Nicola Aslan, 235, no Braga (antiga sede da Prefeitura) e no Shopping UnaPark, bloco B, sala 4, em Unamar-Tamoios. O atendimento pode ser agendado pelo WhatsApp (22) 99907-2128.
POLÍCIA – A Delegacia de Polícia de Cabo Frio informou que está em curso uma investigação envolvendo a empresa Eureka, cuja proprietária é identificada como Tatiana. Diversas vítimas já registraram ocorrência relatando terem sido ludibriadas por meio de um esquema de falsos pacotes de viagem.
De acordo com os relatos, o principal modo de atuação consiste na venda de pacotes turísticos — incluindo passagens aéreas, hospedagens e ingressos para parques — que, à primeira vista, apresentam total aparência de legalidade. A empresa emite bilhetes de embarque com códigos válidos, datas e horários de voos, além de contratos formalizados com os clientes. No entanto, logo após o envio desses documentos, os bilhetes são cancelados de forma unilateral, sem qualquer aviso prévio.
As vítimas, ao tentarem contato com a responsável, não obtêm retorno: têm seus números bloqueados e não recebem qualquer proposta de ressarcimento. O golpe gera não apenas prejuízo financeiro direto, mas também danos indiretos significativos. Muitas das vítimas relatam ter adquirido outros serviços vinculados à viagem, como hospedagem, translados e conexões internacionais, gerando um prejuízo emocional e financeiro ainda mais profundo.
Já foram formalizados cerca de 10 registros de ocorrência até o momento, e novos casos seguem sendo comunicados à delegacia. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e reunindo provas para a completa apuração dos fatos.
