O assassinato da argentina Florencia Aranguren, ocorrido em dezembro de 2023, em Armação dos Búzios, voltou a gerar repercussão após uma nova decisão judicial reduzir a pena do condenado pelo crime. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) diminuiu a condenação de Carlos José de França de 33 anos para 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão.
A redução ocorreu após o tribunal acolher parcialmente um recurso da defesa, que questionava a sentença do júri popular. No acórdão, os desembargadores entenderam que não ficou comprovada a motivação do crime nem a caracterização de feminicídio, fatores que haviam sido considerados na condenação inicial.
O crime chocou moradores e turistas da Região dos Lagos. Florencia, uma artista circense, foi morta com 18 facadas enquanto caminhava com um cachorro pela trilha da Praia de José Gonçalves. Ela havia chegado a Búzios apenas três dias antes do crime. O réu foi julgado e condenado em abril de 2025 por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
Mesmo após a redução da pena, a defesa de Carlos José apresentou novo recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O advogado sustenta que houve falhas na cadeia de custódia das provas, ou seja, na forma como os vestígios do crime foram coletados, manuseados e armazenados. O objetivo é anular a sentença e fazer o processo voltar à fase anterior ao júri popular.
O caso ganhou destaque nacional e internacional por envolver uma vítima estrangeira e pela brutalidade do assassinato. A decisão mais recente reacende o debate sobre a condução do processo e o funcionamento das instâncias judiciais brasileiras. O Manchete Lagos segue acompanhando os desdobramentos.
