Os preços praticados por barracas e quiosques em praias da Região dos Lagos voltaram ao centro do debate nas redes sociais nos últimos dias. Cardápios com valores considerados elevados viralizaram na internet, levantando questionamentos sobre fiscalização, transparência na cobrança e possível abusividade durante a alta temporada.
Em Armação dos Búzios, fotos de um cardápio atribuído a uma barraca localizada na Praia de Geribá circularam amplamente nas redes. Os valores chamaram atenção: R$ 150 por uma porção com seis pastéis e até R$ 580 por um prato identificado como “tropical”. A repercussão foi tão grande que o caso ganhou destaque nacional e foi citado no programa “Encontro”, da TV Globo, exibido na manhã desta terça-feira (30).
A divulgação dos preços provocou uma enxurrada de comentários. Enquanto parte dos internautas criticou os valores e ironizou a situação com memes, outros defenderam os estabelecimentos, argumentando que se trata de uma área turística de alto padrão, com custos mais elevados, especialmente no verão e em períodos de grande fluxo de visitantes.

Além da discussão sobre preços, o episódio reacendeu cobranças sobre a atuação dos órgãos de defesa do consumidor. Usuários das redes sociais passaram a questionar se há fiscalização do Procon quanto à clareza das informações, à prática de consumo mínimo e à possibilidade de preços abusivos, principalmente quando não informados de forma clara antes do consumo.
Em Cabo Frio, uma denúncia reforçou o debate. Uma moradora relatou ter se sentido coagida em um quiosque da Praia do Forte no último sábado (27). Segundo ela, o grupo precisou utilizar a estrutura do local após não conseguir acomodar todos em uma barraca própria. Antes de se sentarem, perguntaram sobre as regras e foram informados apenas de que seria necessário consumir algum item da cozinha, sem definição de valor mínimo.
Ao tentarem fazer pedidos mais simples, com preços entre R$ 150 e R$ 160, como pastéis, bolinhos e espetinhos de frango, os clientes receberam a informação de que os itens não estavam disponíveis. A moradora afirma que chegou a ver um dos produtos sendo servido a uma mesa próxima, mesmo após o garçom insistir que havia acabado. Segundo o relato, as únicas opções oferecidas posteriormente tinham valores entre R$ 300 e R$ 600, o que levou o grupo a interpretar a situação como imposição de consumo mínimo não informado previamente.
Casos semelhantes vêm sendo relatados por moradores e turistas ao longo da alta temporada. Em outro episódio que ganhou repercussão, um vídeo mostrou uma porção de peixe sendo anunciada por R$ 450 em uma praia de Cabo Frio, valor que também gerou críticas e comparações nas redes sociais.
A soma dos episódios ampliou o debate sobre até que ponto os preços refletem o custo do turismo ou configuram práticas que podem ferir o Código de Defesa do Consumidor. Enquanto isso, internautas seguem questionando: vale pagar esses valores para consumir à beira-mar durante o verão na Região dos Lagos?

