Mesmo com indícios de desaceleração nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), os índices de internações e a baixa adesão à vacinação continuam sendo motivo de preocupação para as autoridades sanitárias do Rio de Janeiro. Segundo a mais recente edição do Panorama SRAG, boletim semanal da Secretaria de Estado de Saúde, o número de hospitalizações permanece acima do esperado para esta época do ano.
Entre janeiro e o dia 8 de julho de 2025, o estado registrou 11.635 internações e 836 óbitos por SRAG. Nas últimas semanas, houve leve queda nos casos: entre os dias 22 e 28 de junho, foram estimadas 744 internações — sendo 404 já confirmadas —, enquanto na semana seguinte (29 de junho a 5 de julho) a projeção é de 559 registros, com 126 computados até o momento. Os dados são gerados com base no modelo de nowcasting, que considera atrasos nas notificações.
As crianças de 1 a 5 anos continuam sendo o grupo mais afetado, e a pressão sobre a rede hospitalar ainda é alta, com mais de 600 pedidos semanais por leitos — mesmo após redução nas solicitações a partir da segunda semana de junho.
Entre os principais vírus identificados nos exames estão o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e o Rinovírus, predominantes em crianças de até 9 anos. Já entre os idosos, o subtipo H1N1 da Influenza A foi o agente mais recorrente nos meses de abril a junho. A partir de maio, esse vírus passou a liderar as mortes por SRAG, mas desde junho os óbitos vêm apresentando queda.
Apesar da circulação ativa desses vírus, a cobertura vacinal está abaixo do ideal. Até 9 de julho, pouco mais de 2,8 milhões de doses haviam sido aplicadas em todo o estado. Dentro dos públicos prioritários, apenas 29,4% da meta estipulada pelo Ministério da Saúde foi alcançada. As regiões com menor adesão são a Baixada Litorânea, Metropolitana I e Baía da Ilha Grande.
Diante do recesso escolar, a Secretaria de Saúde tem incentivado pais e responsáveis a atualizarem a caderneta de vacinação das crianças. A pasta também recomenda que os municípios intensifiquem ações como vacinação volante. Para apoiar essas estratégias, o governo estadual disponibilizou duas unidades móveis que circulam em áreas de grande fluxo de pessoas.
A campanha de vacinação contra a influenza segue até janeiro de 2026, com foco nos grupos mais vulneráveis. Desde fevereiro, o estado também reforçou a estrutura hospitalar pediátrica, com a abertura de 85 leitos para casos graves de SRAG — sendo 40 no Hospital Estadual Ricardo Cruz e 45 no Hospital Zilda Arns.
A vacina contra a gripe está disponível gratuitamente em todos os postos de saúde do estado. As autoridades reforçam que a imunização é segura e fundamental para reduzir complicações e óbitos por infecções respiratórias.
