Cecília é uma menina risonha, cheia de vida, que carrega um desafio enorme: uma cardiomiopatia hipertrófica. Desde que a doença foi diagnosticada, ela enfrenta diariamente os limites de um coração que já não consegue acompanhar seu ritmo de infância. Passou por trocas de bombas e complicações graves, mas segue firme na luta pela vida, à espera do “sim” que pode transformar sua história: um coração compatível. Cecília mora em Minas Gerais. Segundo o Ministério da Saúde, 1.273 crianças estão na fila de espera por um novo órgão no Brasil. Os dados são de julho.
Histórias como a dela são um chamado urgente. Hoje, mais de 78 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil, entre elas milhares de crianças. Só em 2024, o país realizou mais de 30 mil transplantes, um recorde histórico que reforça a força do Sistema Único de Saúde, responsável por 86% dos procedimentos e reconhecido como o maior programa público de transplantes do mundo. Ainda assim, o número de pacientes na fila cresce — e a maior barreira continua sendo a recusa familiar: 45% das famílias dizem não à doação.
Para mudar esse cenário, o Ministério da Saúde lançou nesta sexta-feira (26) a campanha “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece”, destacando que a simples atitude de comunicar o desejo de doar pode salvar vidas. Também foi criada a Política Nacional de Doação e Transplantes e, com apoio da tecnologia, a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO) já permite registrar digitalmente a vontade de doar.

O Setembro Verde lembra que doar é um gesto de solidariedade e esperança. Um único doador pode beneficiar várias pessoas, oferecendo não apenas órgãos, mas a chance de uma nova vida.
Neste mês, o convite é claro: converse com sua família, diga SIM e ajude a mudar destinos. Porque, para Cecília e tantas outras crianças, esse sim pode ser a diferença entre a espera e um novo coração que pulsa por um futuro inteiro.

